segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Bastardos Inglórios (2009) por Fernando K.

Reescrevendo a sangrenta história nazista durante a Segunda Guerra Mundial, Quentin Tarantino desenvolve um longa de tamanha inteligência e simplicidade caracterizando-a como uma grande obra e particularmente dizendo, um dos filmes mais marcantes neste ano de 2009. Seu ponto de vista é totalmente explicíto e o excêntrico diretor solta uma risada sarcastíca ao ver o Terceiro Reich se esfacelar por mãos judaícas.

O início de Bastardos já introduz seu brilhantismo. Um homem simples vivendo com suas três filhas em seu pequeno sítio. Visitados por um elegante coronel-nazista em um bate-papo franco na pequena mesa de jantar no qual o alemão procura por uma famíla-judaíca foragida. Méritos ao diretor pela cena e o ator Christoph Waltz na pele do coronel Hans Landa que desde o início até o final, roubou as cenas no qual participou.

Os cincos capítulos passam de forma tensa e em uma qualidade de alto nível a ponto do espectador ficar sem piscar um minuto se quer. Tarantino se foca nos diálogos, oferece citações e uma trilha sonora também com referências que impõe exatamente o que a cena transmite. Arma e violência também não podem faltar nas obras do diretor. Embora tudo seja quase perfeito, percebe-se que ao mesmo tempo Tarantino se contêm, ele também se gaba e até exagera em alguns momentos. Mas nada que prejudique esse grande filme.

Brad Pitt (Tenente Aldo Raine) não é o grande protagonista como era suposto no trailer. Este papel fica por conta de Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfus), sua figura vingativa (marco do diretor). Na trama, as duas histórias paralelas se tornam uma só com o decorrer da história, e ao dividirem o mesmo espaço no pequeno cinema de Shosanna, expõe-se toda a estrutura que a história permite. E em relação aos personagens, pode-se dizer que todos são compostos de características próprias de acordo com sua nacionalidade, tais como o inglês elegante, o francês tediado e inexpressivo e/ou até mesmo o americano sádico e ignorante. Isso tudo se torna crucial para expôr toda a qualidade do filme, tornando-o admirável.

"Bastardos Inglórios" não é daqueles filmes sérios sobre guerra, pois Quentin Tarantino não deixa o lado cômico para trás quando o tenente Aldo Raine discursa com seu sotaque caipira sem qualquer hesitação. Mas também temos a vingativa dona de cinema Emmanuelle Mimieux que perdeu sua família assassinada pelos nazistas e acrescenta um suspense dramático com um fim muito satisfatório para nossos olhos ao presenciar "uma certa pessoa" morrendo à tiros à queima-roupa. De certa forma, este longa nos surpreende e me torna cada vez mais admirador deste diferente e inteligente diretor. Recomendo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário