
» Roteiro: José Padilha, Bráulio Mantovani, Rodrigo Pimentel
» Gênero: Ação/Policial/Drama
» Origem: Brasil
» Duração: 115 minutos
» Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=0jeTL9hC3Wg
Confesso que nunca fui muito fã de filmes nacionais. São poucos aqueles que me atraem de forma intrigante, casos de "Central do Brasil" (1998) e "Cidade de Deus" (2002). Tanto que havia assistido "Tropa de Elite" a alguns dias atrás, sendo que seu lançamento foi a dois anos. Indo direto ao ponto, de fato, fiquei surpreso. A intensidade que envolve a trama é algo que merece destaque e respeito. Toda aquela fotografia branda com câmeras à mão são algus dos pontos fortes deste longa.
O roteiro é fascinante. A veracidade dos fatos, o envolvimento dos personagens e todos os momentos de tensão nos deixam aterrorizados (de forma positiva) na forma que Padilha ("Ônibus 174", 2002), com toda sua habilidade técnica, nos leva a refletir sobre toda essa guerra civil (particularmente o Rio de Janeiro) que o país vem enfrentando no decorrer dos anos. Tudo no filme é feito de forma cautelosa e com precisão a ponto que fique totalmente nítido para o espectador todo esse encalço de violência e corrupção desenfreada. O diretor soube harmonizar as cenas com perfeição, sejam as mais intensas ou as mais calmas e até mesmo as cômicas (treinamento), gerando um equilíbrio que se sobressai.
O capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, é o protagonista da trama. A beira de um colapso e com um filho prestes a nascer, nosso herói (por assim dizer), buscará por um sucessor para seu cargo e assim poder ficar em paz. Claro que o heroísmo do mesmo é questionável. Apesar de ser um policial honesto e dedicado ao seu trabalho e família, o capitão é adequado a algo próximo a realidade brasileira, ou seja, mesmo com suas qualidades, ele faz parte de um grupo de assassinato de "vagabundos" e "bandidos". É importante refletir sobre a definição de herói neste caso...

"Tropa de Elite" não seria uma apologia a violência, mas também não seria algo tão contrário a isso. Em outras palavras, fica claro que Padilha nos instiga a refletir sobre o assunto. Sobre o que é certo e o que é errado. Seria essa (violência) a solução para os problemas do país ou a violência gera apenas mais violência? Nós estamos no meio de uma guerra e "uma guerra tem várias versões". E é isso que o diretor quer deixar claro para o espectador. Todos os pontos de vistas são apresentados de forma reflexiva por nós mesmos, mas qual seria o certo?

NOTA: 10,0
Por Fernando K.
Curiosidades
- Tropa de Elite era originalmente um projeto de documentário, derivado de "Ônibus 174" (2002), tendo o BOPE como tema principal;
- Para preparar o filme, Padilha trabalhou dois anos em investigações com a colaboração do BOPE, psiquiatras da PM e ex-traficantes;
- Para compor os personagens Padilha entrevistou e ouviu histórias de quinze policiais, que conheceu depois que fez "Ônibus 174";
- Apesar das contribuições do ex-capital do BOPE, Rodrigo Pimentel, que escreveu em parceria com o sociólogo Luis Eduardo Soares o livro "Elite da Tropa", Padilha afirma que o filme não é uma adaptação do livro;
- A escolha do elenco foi feita por Fátima Toledo;
- Em novembro de 2006, traficantes do morro Chapéu Mangueira, onde as filmagens eram feitas, sequestraram parte da equipe que trabalhava no filme e roubaram as armas cenográficas. Cinquenta e nove delas eram réplicas e trinta e uma verdadeiras, adaptadas para tiros de festim. As filmagens foram paralizadas por cerca de duas semanas;
- Após ter a equipe sequestrada e as armas cenográficas roubadas durante as filmagens de Tropa de Elite, o diretor José Padilha teve uma cópia pirata do filme circulando antes de sua estréia nos cinemas. A cópia, que não era a edição definitiva do filme, foi vendida em camelôs dois meses antes do lançamento;
- Foi escolhido como filme de abertura do Festival do Rio 2007.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/tropa-de-elite/tropa-de-elite.asp
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