

Um filme independente do diretor Steven Soderbergh ("Traffic", "Onze Homens e um Segredo" e "Che") e protagonizado pela atriz pôrno Sasha Grey atuando como garota de programa atrai principalmente o público masculino atrás de um bom filme de drama compensado por boas cenas de sexo. Mas se engana aquele que pensa assim. Soderbergh se focou na personagem e principalmente ao que se passa em sua volta, nos reservando cinco dias para acompanhar o trabalho de Chelsea, sua vida pessoal e os problemas que irão surgir.
O diretor optou por uma direção mais cautelosa/amena e fria. Nota-se pelas distâncias das camêras sem nunca focar seus rostos ou suas expressões. Uma das cenas mais destacáveis é aquela em que Chelsea e Chris (Chris Santos) estão discutindo no sofá da sala, com a moça de costas sentada mais abaixo, possibilitando ver apenas parte de sua cabeça, tendo a aproximação minuciosa da câmera de forma discreta.
É importante ressaltar o contexto do filme. Toda a história se passa durante o período eleitoral e também da crise financeira que provocou vários estragos a economia norte-americana. Por isso em diversos diálogos percebe-se os clientes reclamarem sobre o baixo lucro da sua empresa ou discussões do grupo de Chris rumo a L.A. sobre Barack Obama e John McCain.
Com a ordem cronológica alterada sem comprometer a trama, "Confissões de Uma Garota de Programa" é muito mais fiel ao título original ("The Girlfriend Experience") transmitindo o que de fato se passa na história. O filme oscila entre boas cenas e monotonia, na tentativa de retratar o pânico vivido pela sociedade devido a crise mundial e uma vida atípica de uma garota de programa da high society. A tranquilidade que Soderbergh impos ao filme caracteriza bem a obra e até empolga nos momentos finais, mas tudo não passa disso.


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